Reforma trabalhista completa 5 anos com aumento da precarização e desemprego
- ADUFOP
- 12 de nov. de 2022
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A Reforma Trabalhista completou cinco anos de vigĆŖncia nesta sexta-feira (11). Proposta e aprovada durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), a mudanƧa na legislação sobre o trabalho no paĆs reduziu direitos de trabalhadoras e trabalhadores, contribuiu para a queda de seus rendimentos e aumento da informalidade.
Dias antes do segundo turno, o presidente eleito Luiz InĆ”cio Lula da Silva (PT) prometeu construir uma nova legislação trabalhista que "assegure direitos mĆnimos ā tanto trabalhistas como previdenciĆ”riosā e salĆ”rios dignos".
JĆ” a reforma de 2017 visou exatamente ao oposto disso. Retirou da lei garantias de trabalhadores para, com isso, reduzir o custo da contratação de empregados e empregadas para o empresariado e gerar atĆ© 6 milhƵes de postos de trabalho ā o que nunca ocorreu.
A reforma acabou precarizando as relações de trabalho e incentivando a terceirização. Também dificultou o o do trabalhador à Justiça do Trabalho, reduzindo o o gratuito aos tribunais e até prevendo que trabalhadores tenham que ressarcir empregadores caso percam processos.
Por fim, reduziu o poder dos sindicatos em negociaƧƵes e ainda comprometeu a sustentabilidade financeira das entidades tirando delas, por exemplo, o valor que era arrecadado por meio do imposto sindical.
Campanha #RevogaJĆ” Em maio deste ano, entidades do meio jurĆdico, alĆ©m de coletivos de pesquisa e sindicatos de categorias dos setores pĆŗblico e privado lanƧaram a campanha nacional #RevogaJĆ” - pela Revogação da Reforma Trabalhista, que cobra a reversĆ£o dos ataques aos direitos da classe trabalhadora. O ANDES-SN participou do lanƧamento da campanha em BrasĆlia, em agosto. Leia aqui o manifesto.
NĆŗmeros comprovam fracasso Para PatrĆcia Pelatieiri, diretora adjunta do Departamento Intersindical de EstatĆstica e Estudos SocioeconĆ“micos (Dieese), dados do Instituto Brasileiro de Geografia e EstatĆstica (IBGE) comprovam as consequĆŖncias da reforma para a classe trabalhadora.
Ela lembrou que, no segundo trimestre de 2017 ā ou seja, antes da Reforma Trabalhista ā, um trabalhador brasileiro recebia em mĆ©dia R$ 2.744 (valores corrigidos pela inflação). Cinco anos depois, no 2Āŗ trimestre de 2022, ele ganhava R$ 2.652.
Citou também que a taxa de desemprego até caiu de 2017 para cÔ, mas ainda estÔ acima dos números registrados hÔ dez anos. E essa queda não deve ser vista necessariamente como algo totalmente positivo para o trabalhador.
"Muitos trabalhadores foram empurrados para a informalidade, que bateu recorde neste ano, atingindo 39,3 milhƵes de pessoas", afirmou.
Segundo o IBGE, cerca de 39% dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros sĆ£o informais. Hoje, formam um contingente maior do que o de trabalhadores e trabalhadoras do setor privado com carteira assinada ā 36,3 milhƵes, segundo dados oficiais.
Fonte: ANDES-SN *Com informaƧƵes do Brasil de Fato