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28 de setembro: Dia Latino-Americano e Caribenho de Luta pela Descriminalização do Aborto

  • ADUFOP
  • 28 de set. de 2021
  • 3 min de leitura


28 de setembro é o Dia Latino-Americano e Caribenho de Luta pela Descriminalização do Aborto. A data foi instituída no 5° Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho, realizado na Argentina, na década de 1990, e marca a luta das mulheres pelo direito aos seus corpos, pela saúde sexual e reprodutiva e de escolha sobre a interrupção da gravidez.


Dos cerca de 55 milhƵes de abortos que ocorreram no mundo entre 2010 e 2014, estima-se que 45% foram realizados de forma insegura, isto Ć©, por pessoas sem as habilidades necessĆ”rias e sem as condiƧƵes mĆ©dicas mĆ­nimas. Em 2008, dos 21,6 milhƵes de abortos inseguros, mais de 98% aconteceram na Ɓsia (50%), Ɓfrica (29%) e AmĆ©rica Latina (20%). Os dados sĆ£o do guia informativo ā€œSaĆŗde Sexual e Reprodutiva das Mulheresā€, publicado pelo Instituto PatrĆ­cia GalvĆ£o, a partir de conteĆŗdos validados pelo Fundo de População das NaƧƵes Unidas (UNFPA).


O aborto também é um evento frequente na vida reprodutiva das mulheres brasileiras. Todos os anos, estima-se que mais de meio milhão de mulheres realizam um aborto inseguro, quase uma mulher por minuto, de acordo com a Pesquisa Nacional do Aborto (PNA), publicada em 2016. A PNA entrevistou mulheres alfabetizadas com idade entre 18 e 39 anos no país, de Ôreas urbanas, contemplando também municípios de pequeno porte (abaixo de 20 mil habitantes). A população representada corresponde a cerca de 80% da população feminina brasileira nessa faixa etÔria.


No Brasil, pela legislação, o aborto é permitido em três casos: gravidez resultante de estupro, risco à vida da mulher e feto anencefÔlico. JÔ o aborto induzido é crime, com penas previstas de 1 a 3 anos de detenção para a gestante, e de 1 a 4 anos de reclusão para quem realizar o procedimento de retirada do feto. Por conta da proibição e criminalização, muitas mulheres buscam clínicas clandestinas ou até mesmo elas próprias provocam a interrupção da gravidez, sem segurança ou orientação médica, com riscos de morte e sequelas graves, principalmente no caso das mulheres mais pobres.


Dados do Ministério da Saúde, de 1996 a 2018, registram 1.896 óbitos relacionados a aborto no país, aponta o informativo. Segundo a pasta, o perfil das mulheres com maior risco de morrer por consequências do aborto no Brasil: mulheres pretas e indígenas, de baixa escolaridade, com mais de 40 anos ou menos de 14 anos, moradoras das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e vivendo sem união conjugal.


"Descriminalizar o aborto significa, antes de tudo, fazer uma defesa a vida da mulher. Na medida em que os nĆŗmeros pela mortalidade de abortos clandestinos, que ocorrem ao negarem o direito da mulher, crescem. Neste momento, temos um levante importante e urgente, e jĆ” de algum tempo, que Ć© a luta antirracista, em defesa das vidas pretas que sĆ£o as mais ceifadas historicamente, juntamente com a dos povos originĆ”rios. E, defender o processo de descriminalização do aborto Ć© fazer uma defesa e uma inserção de cabeƧa na luta antirracista, na medida em que os nĆŗmeros apontam que sĆ£o as mulheres pretas aquelas que mais morrem em tentativas de abortos clandestinosā€, afirma Rosineide Freitas, da coordenação do Grupo de Trabalho de PolĆ­ticas de Classe para as QuestƵes Etnicorraciais, de GĆŖnero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) do ANDES-SN.


Católicas Pelo Direito de Decidir Nesta terça-feira (28), a organização feminista Católicas Pelo Direito de Decidir lançou uma campanha em defesa do aborto legal: #LegalizarParaAvançar. A ideia central é chamar atenção para o fato de que, ainda em 2021, hÔ uma moralidade - religiosa e conservadora - que parou no tempo e é um grande entrave para o avanço dos direitos das mulheres no país, como é o caso da criminalização do aborto. Foi divulgado um vídeo que cita medidas hoje consideradas retrógradas que, por sua vez, foram comparadas à restrição do direito ao aborto legal.


ANDES-SN pela descriminalização do aborto no Brasil O ANDES-SN, desde o seu 34º Congresso, vem se posicionando em defesa dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. No 37º Congresso, o Sindicato avançou e aprovou resolução em defesa de políticas públicas que garantam educação sexual como política de prevenção e aborto seguro para evitar a morte de mais mulheres, que em sua maioria são pobres e negras. Em 2018, o ANDES-SN participou do Festival "Pela vida das Mulheres" e das audiências públicas no Supremo Tribunal Federal, que debateram a descriminalização do aborto.


ā€œEu, enquanto professora, mulher preta, trabalhadora, sindicalista que compƵe a direção nacional do ANDES-SN e que assumi o compromisso das deliberaƧƵes do nosso sindicato, nas lutas nacionais, saĆŗdo e reverencio o dia 28 de setembro. E, ainda, convoco todas as nossas seƧƵes sindicais a se incluĆ­rem nessa luta em defesa da vida das mulheres e, em especial, a vida das mulheres pretas que sĆ£o a base da classe trabalhadoraā€, enfatizou a diretora do Sindicato Nacional.


Fonte: ANDES-SN

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